Catarata em jovens: quando pode acontecer e quais as causas?

Quando se fala em catarata, muitas pessoas imediatamente associam essa condição a um problema visual relacionado ao envelhecimento. De fato, a catarata senil, que surge com o passar dos anos, é a forma mais comum da doença. No entanto, o que poucos sabem é que esta patologia também pode afetar jovens, adolescentes e até mesmo crianças.

Embora menos frequente, a catarata em indivíduos mais jovens é uma realidade que merece atenção. Saber identificar seus sinais, entender suas causas e buscar o tratamento adequado pode evitar sérios prejuízos à visão.

Neste artigo, vamos explicar por que a catarata pode ocorrer em jovens, quais são os fatores de risco, os sintomas mais comuns e como é feito o tratamento.

O que é a catarata?

A catarata é a opacificação do cristalino, a lente natural dos olhos, que normalmente é transparente e flexível. O cristalino tem a função de focar a luz sobre a retina, permitindo uma visão nítida. Quando ele se torna opaco, a luz não consegue passar corretamente, o que compromete a qualidade da visão.

O processo é progressivo e pode afetar um ou ambos os olhos. A evolução costuma ser lenta, mas pode variar dependendo da causa da catarata. Em casos mais avançados, a perda visual pode ser significativa.

Catarata em jovens: é possível?

Sim, é possível, embora incomum. A catarata que aparece em pessoas com menos de 40 anos é considerada catarata precoce. Quando afeta recém-nascidos ou crianças pequenas, é chamada de catarata congênita ou infantil.

Os casos em jovens geralmente estão associados a causas secundárias, como traumas, doenças sistêmicas ou uso de medicamentos específicos. O diagnóstico precoce é fundamental para preservar a visão e evitar complicações futuras.

Principais causas de catarata em jovens

1. Catarata congênita

Essa forma de catarata está presente desde o nascimento ou surge nos primeiros meses de vida. Pode ter diversas causas:

  • Infecções intrauterinas (rubéola, toxoplasmose, sífilis, citomegalovírus, entre outras);
  • Doenças metabólicas hereditárias;
  • Síndromes genéticas;
  • História familiar de catarata.

Se não tratada adequadamente nos primeiros anos, a catarata congênita pode levar ao desenvolvimento inadequado da visão (ambliopia), resultando em baixa visual permanente.

2. Traumas oculares

Traumas diretos nos olhos são uma das causas mais frequentes de catarata em jovens, principalmente em esportes de impacto, acidentes domésticos ou profissionais. O cristalino pode ser danificado por contusões, perfurações ou até lesões químicas.

A catarata traumática pode surgir imediatamente após o acidente ou desenvolver-se gradualmente ao longo dos meses seguintes.

3. Uso prolongado de corticoides

Medicamentos à base de corticoides, seja de uso sistêmico (oral ou injetável) ou tópico (colírios), estão entre os principais fatores de risco para a formação precoce de catarata. Esse tipo é chamado de catarata subcapsular posterior e pode afetar jovens que fazem uso crônico dessas medicações para doenças como asma, lúpus, artrite reumatoide ou outras condições autoimunes.

4. Doenças sistêmicas

Algumas condições de saúde também estão associadas à catarata precoce:

  • Diabetes mellitus, o controle inadequado da glicose pode acelerar alterações no cristalino, levando à formação de catarata em pacientes ainda jovens;
  • Hipoparatireoidismo e outras disfunções endócrinas;
  • Dermatite atópica crônica e outras doenças inflamatórias.

5. Fatores genéticos e hereditários

A predisposição genética pode fazer com que jovens desenvolvam catarata mais cedo do que o habitual. Em alguns casos, não há uma causa externa aparente, mas há histórico familiar da doença em idades precoces.

6. Exposição excessiva à radiação

Pessoas que trabalham com fontes de radiação (como profissionais da área de radiologia ou soldadores) sem proteção adequada podem ter maior risco de desenvolver catarata mais cedo, devido à exposição cumulativa.

Sintomas da catarata em jovens

A catarata, seja qual for a idade do paciente, apresenta sintomas semelhantes, que se desenvolvem gradualmente. Os principais sinais incluem:

  • Visão embaçada ou turva;
  • Sensibilidade à luz (fotofobia);
  • Dificuldade para enxergar à noite;
  • Percepção de cores desbotadas;
  • Visão dupla (diplopia) em um olho;
  • Necessidade frequente de mudar o grau dos óculos.

Em crianças, a detecção pode ser mais difícil, pois elas nem sempre conseguem expressar o que estão sentindo. Pais e responsáveis devem ficar atentos a sinais como:

  • Estrabismo (desvio ocular);
  • Manchas brancas na pupila;
  • Dificuldade para enxergar objetos ou pessoas;
  • Atraso no desenvolvimento visual;
  • Diagnóstico e acompanhamento.

O diagnóstico da catarata é feito pelo oftalmologista por meio de exame clínico, utilizando equipamentos como a lâmpada de fenda e a retinoscopia. Em crianças pequenas, podem ser necessários exames sob sedação para avaliação detalhada.

É essencial que qualquer alteração visual em jovens seja investigada o quanto antes, especialmente se houver histórico familiar ou fatores de risco conhecidos. A catarata precoce, quando não tratada a tempo, pode prejudicar o desenvolvimento da visão e impactar diretamente a qualidade de vida.

Tratamento: quando operar?

O único tratamento eficaz para a catarata é a cirurgia. O procedimento consiste na remoção do cristalino opaco e sua substituição por uma lente intraocular (LIO) artificial, que restaura a capacidade de foco do olho.

Em jovens, especialmente em crianças, a decisão sobre o momento ideal da cirurgia depende da gravidade da opacificação, do comprometimento visual e do estágio de desenvolvimento visual. Em muitos casos, a cirurgia é indicada com urgência para evitar ambliopia.

Já em adolescentes e adultos jovens, a cirurgia segue os mesmos princípios da catarata em adultos, com ótimos resultados na maioria dos casos. O tipo de lente implantada pode variar conforme as necessidades visuais do paciente (monofocal, multifocal, tórica, etc.).

Em resumo:

Embora seja mais comum na terceira idade, a catarata também pode afetar pessoas jovens, inclusive bebês. Seja por causas congênitas, traumas, doenças ou uso de medicamentos, a opacificação do cristalino nessa fase da vida é um sinal de alerta que não deve ser ignorado.

O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para preservar a saúde ocular e garantir boa qualidade de vida. Pais, professores e profissionais de saúde devem estar atentos aos sinais visuais em crianças e adolescentes, enquanto jovens adultos devem realizar exames oftalmológicos periódicos, principalmente se tiverem fatores de risco.

A catarata tem cura, e a cirurgia moderna oferece excelentes resultados. O importante é não postergar a avaliação e contar sempre com um acompanhamento especializado.

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