A retina é uma das estruturas mais delicadas e importantes do olho humano. Responsável por captar a luz e transformá-la em impulsos nervosos que serão interpretados pelo cérebro, ela funciona como o “filme” de uma câmera, essencial para formar imagens com nitidez. Quando essa região é afetada por doenças, os impactos na visão podem ser graves e, muitas vezes, irreversíveis sem tratamento adequado.
Diante de quadros mais complexos, o tratamento clínico (como colírios ou injeções intraoculares) pode não ser suficiente. É nesse contexto que entram as cirurgias para doenças da retina, fundamentais para preservar — e, em alguns casos, restaurar — a função visual.
Neste artigo, você vai entender quando essas cirurgias são indicadas, quais são os principais procedimentos disponíveis, como funcionam, como é a recuperação e por que o tempo é um fator crucial no prognóstico.
Quando a cirurgia da retina é necessária?
As doenças retinianas variam em gravidade, desde alterações leves que podem ser acompanhadas com consultas periódicas até emergências oftalmológicas. A cirurgia geralmente é indicada quando:
- Há risco iminente de perda da visão;
- O tratamento clínico não apresenta resposta satisfatória;
- Há necessidade de remover tração, fluido ou sangue acumulado dentro do olho;
- A anatomia da retina foi alterada e precisa ser restaurada.
As cirurgias mais comuns são indicadas nos seguintes casos:
1. Descolamento de retina
Ocorre quando a retina se desprende da parte posterior do olho, deixando de receber nutrientes e oxigênio. Sem intervenção rápida, pode levar à perda total da visão. A cirurgia é, na maioria das vezes, a única forma de reposicionar a retina.
2. Buraco macular
É uma abertura na região central da retina (mácula), essencial para a visão de detalhes. A cirurgia pode fechar esse buraco e melhorar a acuidade visual, especialmente se for realizada precocemente.
3. Membrana epirretiniana
Consiste em uma fina película que se forma sobre a mácula, distorcendo a visão. A remoção cirúrgica da membrana pode aliviar os sintomas e melhorar a qualidade visual.
4. Hemorragia vítrea
A presença de sangue no vítreo (gel que preenche o interior do olho) pode ser causada por retinopatia diabética ou traumas. Em casos persistentes, a cirurgia é necessária para remover o sangue e possibilitar a avaliação e o tratamento da retina.
5. Retinopatia diabética proliferativa
Quando a diabetes causa o crescimento anormal de vasos sanguíneos na retina, podem ocorrer hemorragias e descolamentos. A cirurgia ajuda a controlar os danos e evitar a progressão da doença.
Principais tipos de cirurgia para doenças da retina
1. Vitrectomia posterior
É a técnica mais comum nas cirurgias retinianas. A vitrectomia é feita com instrumentos muito finos, sob anestesia local ou geral, e geralmente é ambulatorial (o paciente vai para casa no mesmo dia).
Nela, o cirurgião remove o vítreo, o gel transparente que preenche o interior do olho, para ter acesso direto à retina. Após a remoção, é possível tratar as alterações, como descolamentos, buracos ou hemorragias.
Em alguns casos, o vítreo é substituído temporariamente por gás ou óleo de silicone, que ajudam a manter a retina no lugar enquanto cicatriza.
2. Retinopexia pneumática
É um procedimento menos invasivo, utilizado em alguns tipos de descolamento de retina. Um gás é injetado dentro do olho para empurrar a retina de volta à posição. Pode ser combinado com crioterapia (congelamento) ou fotocoagulação a laser para fixar a retina no lugar.
3. Retinopexia com introflexão escleral
Nesse método, uma faixa de silicone é costurada externamente ao olho para empurrar a parede ocular contra a retina descolada. Apesar de ter sido mais comum no passado, ainda é usada em casos específicos, especialmente em pacientes mais jovens.
Como é o pós-operatório?
A recuperação depende do tipo de cirurgia, da complexidade do caso e das condições prévias da retina. Em geral:
- O paciente pode sentir leve desconforto nos primeiros dias;
- É comum o uso de colírios anti-inflamatórios e antibióticos;
- Em casos com uso de gás intraocular, o paciente pode precisar manter a cabeça em posição específica por vários dias para garantir a cicatrização da retina;
- A visão pode demorar semanas ou meses para estabilizar.
É importante seguir todas as orientações do oftalmologista, evitar esforços físicos, não coçar os olhos e comparecer às consultas de acompanhamento. A recuperação visual é variável: quanto mais precoce for a intervenção, maior a chance de bons resultados.
Quais são os riscos e complicações possíveis?
Assim como em qualquer procedimento cirúrgico, as cirurgias retinianas também têm riscos, embora sejam, na maioria das vezes, seguras. Algumas complicações incluem:
- Infecções intraoculares (raro, mas grave);
- Aumento da pressão intraocular;
- Catarata (em pacientes que ainda não fizeram cirurgia de catarata);
- Re-descolamento da retina;
- Necessidade de novas cirurgias.
Apesar desses riscos, o benefício de evitar a perda visual costuma superar em muito as possíveis complicações.
O papel do diagnóstico precoce
Um ponto-chave nas doenças da retina é o diagnóstico precoce. Muitas dessas condições evoluem silenciosamente, sem sintomas visíveis nas fases iniciais. Quando os sinais aparecem, como visão embaçada, flashes de luz, manchas ou perda de campo visual, a doença pode já estar em estágio avançado.
Por isso, é fundamental realizar check-ups oftalmológicos regulares, especialmente se você:
- Tem diabetes ou hipertensão;
- Tem histórico familiar de doenças retinianas;
- Já passou por cirurgias ou traumas oculares;
- Tem mais de 60 anos.
As cirurgias para doenças da retina são procedimentos altamente especializados e representam a principal linha de defesa contra a perda visual causada por alterações retinianas graves. Graças aos avanços tecnológicos, esses procedimentos tornaram-se mais precisos, seguros e eficazes.
No entanto, o sucesso depende de diversos fatores e o mais importante deles é o tempo. Quanto mais cedo a doença for identificada e tratada, maiores são as chances de preservar a visão.
Ficar atento aos sinais, realizar consultas regulares com um oftalmologista e procurar ajuda imediata ao menor sintoma visual anormal são atitudes essenciais para manter a saúde dos seus olhos em dia.
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