Ceratocone: o que é, sintomas e tratamentos modernos

A saúde ocular é fundamental para uma boa qualidade de vida, e qualquer alteração na visão pode afetar atividades simples do dia a dia, como ler, dirigir ou trabalhar no computador. Entre as diversas doenças que podem comprometer a visão, o ceratocone é uma das condições que mais chama atenção, tanto pelo impacto visual quanto pela frequência com que é diagnosticado, especialmente em pessoas jovens.

Nos últimos anos, os avanços na medicina oftalmológica trouxeram tratamentos modernos e mais eficazes para essa condição, permitindo melhor prognóstico e mais qualidade de vida para quem convive com ela.

Neste artigo, você vai entender o que é o ceratocone, quais são seus sintomas e as opções terapêuticas mais atuais.

O que é o ceratocone

O ceratocone é uma doença ocular caracterizada por uma deformação progressiva da córnea, a estrutura transparente e arredondada que recobre a parte frontal do olho e atua como a principal lente do sistema visual.

Em condições normais, a córnea possui um formato esférico e regular, o que permite a entrada da luz e seu foco correto na retina, resultando em uma visão nítida. No ceratocone, a córnea vai ficando cada vez mais fina e abaulada, adquirindo uma forma de cone.

Esse afinamento provoca irregularidades na superfície corneana, dificultando a formação de uma imagem clara e causando distorções na visão.

Quem pode ter ceratocone?

O ceratocone costuma surgir na adolescência ou início da vida adulta, progredindo ao longo dos anos. Ele pode afetar um ou ambos os olhos, embora, na maioria dos casos, acometa os dois em graus diferentes.

Estudos indicam que a condição pode ter origem genética, já que é mais comum em pessoas com histórico familiar da doença. No entanto, outros fatores de risco estão associados, como:

  • Coçar os olhos com frequência, especialmente em quem tem alergias oculares;
  • Doenças atópicas, como rinite e asma;
  • Alterações hormonais, principalmente na puberdade e gravidez.

Principais sintomas do ceratocone

Nos estágios iniciais, os sintomas podem ser discretos, o que muitas vezes atrasa o diagnóstico. Com a progressão da doença, os sinais mais comuns incluem:

  • Visão embaçada ou distorcida: as imagens parecem “fantasmas” ou duplicadas.
  • Astigmatismo irregular: causado pelo formato anômalo da córnea, que impede o uso eficaz de óculos convencionais em estágios mais avançados.
  • Alta miopia: a dificuldade para enxergar de longe pode aumentar com o tempo.
  • Sensibilidade à luz (fotofobia): a luz intensa pode causar desconforto visual.
  • Visão borrada noturna: especialmente ao olhar para faróis ou postes de luz.

Se não for diagnosticado e tratado adequadamente, o ceratocone pode levar a uma perda visual significativa, impactando a qualidade de vida e a autonomia do paciente.

Diagnóstico do ceratocone

O diagnóstico é feito pelo oftalmologista, geralmente por meio de exames específicos que avaliam a curvatura e a espessura da córnea. O principal exame é a topografia corneana, que cria um “mapa” da córnea e permite identificar alterações sutis antes mesmo de surgirem os sintomas.

Outros exames complementares incluem:

  • Tomografia corneana;
  • Paquimetria (para medir a espessura corneana);
  • Ceratoscopia computadorizada.

Um diagnóstico precoce é essencial para iniciar o tratamento e evitar a progressão da doença.

Tratamentos modernos para o ceratocone

O tratamento do ceratocone depende do estágio da doença e dos sintomas apresentados. Com os avanços tecnológicos, hoje existem opções mais eficazes e menos invasivas.

1. Óculos e lentes de contato

Nos estágios iniciais, quando a deformidade da córnea ainda é leve, óculos de grau podem corrigir a visão.

À medida que a doença progride e o astigmatismo se torna irregular, as lentes de contato especiais ganham destaque:

  • Lentes rígidas gás-permeáveis (RGP): proporcionam uma superfície regular sobre a córnea deformada, melhorando a acuidade visual.
  • Lentes esclerais: maiores, elas repousam sobre a esclera (parte branca do olho) e criam uma cúpula de líquido sobre a córnea, oferecendo mais conforto e visão estável.

As lentes esclerais são, atualmente, uma das principais inovações no tratamento não cirúrgico, especialmente para casos moderados e avançados.

2. Crosslinking corneano

O crosslinking é um procedimento minimamente invasivo que utiliza luz ultravioleta e vitamina B2 (riboflavina) para fortalecer as fibras de colágeno da córnea, tornando-a mais rígida e resistente à progressão da doença.

Ele não corrige a visão, mas é essencial para estabilizar o ceratocone e evitar que a deformação piore. Geralmente é indicado para pacientes jovens ou em estágios iniciais, quando a progressão é mais rápida.

3. Anéis intracorneanos

Os anéis de Ferrara ou anéis intracorneanos são pequenos segmentos implantados na córnea para modificar sua curvatura e melhorar a regularidade da superfície.

Eles podem reduzir o astigmatismo e melhorar a visão, permitindo que muitos pacientes voltem a usar óculos ou lentes de contato com mais conforto.

4. Transplante de córnea

Nos casos mais avançados, quando há cicatrizes ou afinamento extremo, pode ser necessário realizar um transplante de córnea (ceratoplastia).

Existem duas principais técnicas:

  • Transplante penetrante: substituição total da córnea.
  • Transplante lamelar: apenas a camada afetada é substituída, preservando as demais estruturas saudáveis.

Com os avanços na cirurgia e na preservação de tecidos, o transplante hoje oferece altos índices de sucesso e recuperação visual.

Avanços na pesquisa e perspectivas futuras

Nos últimos anos, novas técnicas vêm sendo estudadas, como o implante de células-tronco e terapias genéticas, que podem abrir caminho para tratamentos ainda mais eficazes no futuro.

Além disso, a combinação de procedimentos, como crosslinking associado a anéis intracorneanos, tem mostrado resultados promissores na estabilização da doença e na melhora da visão.

Importância do acompanhamento médico

O ceratocone é uma doença progressiva, e cada paciente evolui de forma diferente. Por isso, o acompanhamento regular com um oftalmologista é fundamental para avaliar a necessidade de iniciar ou ajustar o tratamento. Detectá-lo cedo, especialmente em familiares de pacientes já diagnosticados, aumenta as chances de controlar sua progressão e preservar a visão.

O ceratocone, apesar de desafiador, hoje pode ser diagnosticado precocemente e tratado com técnicas modernas que reduzem seu impacto na visão e na qualidade de vida. Desde lentes especiais até procedimentos como o crosslinking e os anéis intracorneanos, as opções atuais permitem controlar a doença e, em muitos casos, evitar cirurgias mais invasivas.

Se você apresenta sintomas como visão distorcida, astigmatismo elevado ou dificuldade crescente para enxergar, procure um oftalmologista. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado fazem toda a diferença para preservar a saúde ocular e a visão no longo prazo.

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