Glaucoma é hereditário? Entenda os fatores de risco

O glaucoma é uma das principais causas de cegueira irreversível no mundo, afetando milhões de pessoas, muitas vezes de forma silenciosa. Conhecido como o “ladrão da visão”, ele progride sem causar dor ou sintomas evidentes nas fases iniciais, e quando a pessoa percebe a perda visual, o dano já costuma ser significativo.

Entre as dúvidas mais comuns sobre a doença, uma se destaca: o glaucoma é hereditário? A resposta é sim — a hereditariedade é um dos principais fatores de risco. Mas não é o único. Diversos aspectos, como idade, pressão intraocular elevada e doenças sistêmicas, também aumentam a probabilidade de desenvolver a doença.

Neste artigo, vamos explicar a relação entre glaucoma e hereditariedade, os fatores de risco mais importantes e por que o diagnóstico precoce é essencial para preservar a visão.

O que é o glaucoma?

O glaucoma é um grupo de doenças que danificam o nervo óptico, a estrutura responsável por transmitir as informações visuais da retina para o cérebro. O tipo mais comum é o glaucoma primário de ângulo aberto, caracterizado por um aumento da pressão intraocular (PIO) que, com o tempo, lesa as fibras nervosas do olho.

Existem outros tipos, como o glaucoma de ângulo fechado, mais raro e agudo, e o glaucoma congênito, que atinge bebês e crianças pequenas. Mas, independentemente da forma, o grande perigo da doença é a perda visual irreversível, já que o nervo óptico não se regenera.

O diagnóstico precoce e o acompanhamento regular são fundamentais, pois os tratamentos atuais — que incluem colírios, laser e cirurgias — podem controlar a doença e evitar a cegueira.

Glaucoma é hereditário?

Sim, a hereditariedade desempenha um papel importante no desenvolvimento do glaucoma. Estudos mostram que pessoas com histórico familiar da doença têm risco significativamente maior de desenvolvê-la, especialmente quando parentes de primeiro grau — como pais, irmãos ou filhos — foram diagnosticados.

De acordo com pesquisas, ter um familiar com glaucoma aumenta o risco em até quatro a nove vezes, dependendo do tipo e da gravidade da doença.

Isso acontece porque fatores genéticos influenciam aspectos como:

  • Formação anatômica do olho (por exemplo, o tamanho e a profundidade da câmara anterior);
  • Resposta dos tecidos oculares à pressão intraocular;
  • Mecanismos de drenagem do humor aquoso, líquido responsável por manter a pressão ocular estável.

Além disso, alguns genes já foram associados ao risco aumentado de glaucoma, embora a doença tenha um caráter multifatorial, ou seja, depende da interação entre predisposição genética e fatores ambientais.

Outros fatores de risco para o glaucoma

Além da hereditariedade, vários aspectos podem aumentar a probabilidade de desenvolver a doença. Conhecer esses fatores é essencial para identificar quem deve ter um acompanhamento oftalmológico mais rigoroso.

1. Idade

O risco de glaucoma aumenta com o passar dos anos. Pessoas acima de 40 anos já devem começar a fazer exames preventivos regularmente, e a probabilidade cresce ainda mais após os 60 anos.

2. Pressão intraocular elevada

A pressão intraocular (PIO) alta é o principal fator de risco modificável. Nem todos com PIO elevada desenvolvem glaucoma, mas o risco é muito maior. Por outro lado, algumas pessoas podem ter PIO normal e mesmo assim apresentar a doença, chamada de glaucoma de pressão normal.

3. Etnia

Estudos mostram que pessoas de origem africana ou hispânica têm maior predisposição ao glaucoma de ângulo aberto, enquanto indivíduos de origem asiática têm mais risco de glaucoma de ângulo fechado.

4. Doenças sistêmicas

Condições como diabetes, hipertensão arterial e doenças cardiovasculares podem afetar a circulação do nervo óptico e aumentar o risco da doença.

5. Uso prolongado de corticoides

O uso contínuo de colírios, pomadas, comprimidos ou inaladores à base de corticoides, sem acompanhamento médico, pode elevar a pressão intraocular e favorecer o aparecimento do glaucoma.

6. Traumas oculares e cirurgias prévias

Lesões nos olhos ou cirurgias oculares anteriores podem alterar a anatomia ocular e predispor ao desenvolvimento da doença.

7. Miopia e hipermetropia elevadas

Pessoas com miopia alta têm maior risco de glaucoma de ângulo aberto, enquanto as com hipermetropia elevada são mais propensas ao glaucoma de ângulo fechado.

Como é feito o diagnóstico precoce

Detectar o glaucoma em seus estágios iniciais é essencial para preservar a visão, já que os danos causados ao nervo óptico são irreversíveis.

Os exames mais comuns incluem:

  • Tonometria: mede a pressão intraocular;
  • Oftalmoscopia: avalia o nervo óptico;
  • Campimetria visual: verifica perdas no campo de visão;
  • Tomografia de coerência óptica (OCT): analisa a camada de fibras nervosas da retina.

Quem tem histórico familiar ou outros fatores de risco deve realizar consultas oftalmológicas periódicas, mesmo sem sintomas aparentes.

Prevenção e acompanhamento

Não existe prevenção absoluta para o glaucoma, mas é possível reduzir os riscos e evitar a cegueira com algumas medidas:

  • Exames oftalmológicos regulares, especialmente após os 40 anos ou mais cedo em pessoas com histórico familiar;
  • Controle da pressão intraocular, quando indicada pelo oftalmologista;
  • Atenção a doenças sistêmicas, como diabetes e hipertensão, mantendo-as bem tratadas;
  • Uso racional de corticoides, sempre com prescrição médica.

Nos casos confirmados, o tratamento pode incluir colírios hipotensores, procedimentos a laser ou cirurgias, dependendo da gravidade da doença e da resposta individual.

O glaucoma é, de fato, hereditário e o histórico familiar é um dos principais fatores de risco para o seu desenvolvimento. No entanto, idade, pressão intraocular elevada, doenças sistêmicas e outros aspectos também desempenham papéis importantes.

Por ser uma doença silenciosa e potencialmente devastadora para a visão, a melhor forma de lidar com o glaucoma é por meio do diagnóstico precoce e do acompanhamento regular com um oftalmologista, especialmente para quem pertence a grupos de risco.

Com tratamento adequado e acompanhamento contínuo, é possível controlar a doença e manter a saúde ocular por toda a vida.

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