DMRI na família: devo me preocupar? Fatores genéticos e ambientais

A Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) é uma das principais causas de perda de visão central em pessoas acima dos 50 anos. Essa condição afeta a mácula, região central da retina responsável pela visão nítida e pelos detalhes finos — essencial para atividades como ler, dirigir e reconhecer rostos.

Com o envelhecimento populacional e o aumento da expectativa de vida, a DMRI tem se tornado cada vez mais comum. Porém, o que poucas pessoas sabem é que a predisposição genética desempenha um papel importante no desenvolvimento da doença.

Assim, é natural surgir a dúvida: “Se alguém na minha família tem DMRI, eu também posso ter?”

Neste artigo, você vai entender como a hereditariedade e os fatores ambientais se combinam no aparecimento da DMRI, quais são os sinais de alerta e, principalmente, o que fazer para reduzir os riscos e preservar a saúde da visão.

O que é a DMRI e por que ela afeta a visão central?

A Degeneração Macular Relacionada à Idade ocorre quando há desgaste das células da mácula, uma pequena área no centro da retina responsável pela visão central e detalhada.

Com o tempo, essas células sofrem alterações que comprometem a captação e o processamento da luz. O resultado é uma distorção da imagem e a perda gradual da visão central, enquanto a visão periférica geralmente se mantém preservada.

Existem duas formas principais de DMRI:

  • Forma seca (ou atrófica): mais comum e de evolução lenta. É caracterizada pelo acúmulo de drusas (depósitos amarelados) sob a retina, levando à atrofia das células maculares.
  • Forma úmida (ou exsudativa): menos frequente, mas mais grave. Ocorre quando surgem vasos sanguíneos anormais sob a retina, que vazam sangue e líquido, causando dano rápido à mácula e perda visual significativa.

A DMRI é hereditária? Entenda a influência genética

Diversos estudos científicos confirmam que a genética tem um papel importante no risco de desenvolver DMRI.

Pessoas com histórico familiar da doença — especialmente quando há casos em pais ou irmãos — apresentam risco duas a três vezes maior de desenvolver a condição em comparação com quem não tem antecedentes.

Pesquisas identificaram vários genes relacionados à inflamação e à resposta imunológica envolvidos no processo de degeneração macular.

Entre eles, destacam-se variantes nos genes CFH (Complement Factor H) e ARMS2/HTRA1, que aumentam significativamente a susceptibilidade à DMRI.

Entretanto, ter predisposição genética não significa que a doença irá necessariamente se manifestar. A herança genética funciona como um “terreno fértil”, mas o surgimento da DMRI depende da interação com fatores ambientais e de estilo de vida.

Fatores ambientais que aumentam o risco

Além da genética, diversos hábitos e condições de saúde contribuem para o desenvolvimento e a progressão da DMRI. Os principais são:

1. Tabagismo

Fumar é o fator ambiental mais fortemente associado à DMRI.

O cigarro reduz o fluxo sanguíneo ocular, aumenta o estresse oxidativo e danifica as células da retina. Fumantes têm até quatro vezes mais risco de desenvolver a doença em comparação com não fumantes.

2. Exposição excessiva à luz solar

A radiação ultravioleta (UV) e a luz azul em excesso podem acelerar o envelhecimento das células retinianas. O uso de óculos com proteção UV e chapéus de aba larga ajuda a proteger os olhos.

3. Alimentação pobre em antioxidantes

Dietas com baixo consumo de frutas, verduras e alimentos ricos em vitaminas C e E, zinco, luteína e zeaxantina favorecem o estresse oxidativo, que é um dos mecanismos de dano à mácula.

4. Sedentarismo e obesidade

O excesso de peso está ligado a alterações metabólicas e vasculares que prejudicam a retina, além de estar associado a outras doenças oculares, como a retinopatia diabética.

5. Doenças cardiovasculares e hipertensão

Problemas circulatórios reduzem o aporte de oxigênio e nutrientes à retina, favorecendo a degeneração macular.

Como saber se você está em risco?

Quem tem histórico familiar de DMRI deve manter acompanhamento oftalmológico regular, especialmente após os 40 anos.

Os sintomas iniciais podem ser sutis, mas é importante ficar atento a sinais como:

  • Distorção das linhas retas, que parecem onduladas ou tortas;
  • Mancha escura ou borrada no centro da visão;
  • Dificuldade para ler ou reconhecer rostos;
  • Necessidade de mais luz para realizar tarefas de perto;
  • Percepção alterada de cores e contrastes.

Um exame simples, chamado grade de Amsler, pode ajudar a detectar precocemente alterações na visão central. Contudo, apenas um oftalmologista especializado em retina pode confirmar o diagnóstico por meio de exames específicos, como OCT (Tomografia de Coerência Óptica) e angiografia com fluoresceína.

Prevenção e controle: o que você pode fazer.

Mesmo que a predisposição genética exista, é possível reduzir significativamente o risco de desenvolver DMRI ou retardar sua progressão adotando hábitos saudáveis. Veja as principais recomendações:

1. Não fumar

Abandonar o cigarro é a medida mais eficaz para proteger a retina e preservar a saúde ocular em geral.

2. Adotar uma alimentação rica em antioxidantes

Inclua alimentos como folhas verde-escuras (espinafre, couve, brócolis), peixes ricos em ômega-3 (salmão, sardinha), frutas cítricas, castanhas e leguminosas.

Esses nutrientes ajudam a combater o estresse oxidativo e fortalecem as células da mácula.

3. Controlar doenças sistêmicas

Manter pressão arterial, colesterol e glicemia sob controle é fundamental para garantir a boa circulação sanguínea na retina.

4. Proteger os olhos da luz solar

Use óculos escuros com proteção UV mesmo em dias nublados. Isso ajuda a reduzir o impacto cumulativo da radiação solar sobre a retina.

5. Consultar o oftalmologista regularmente

Avaliações periódicas permitem detectar alterações precoces e iniciar o tratamento no momento ideal, antes que a visão seja comprometida.

E se a DMRI for diagnosticada?

Embora ainda não exista uma cura definitiva, há tratamentos eficazes para estabilizar a doença e preservar a visão.

Nos casos de DMRI úmida, o uso de injeções intraoculares de medicamentos anti-VEGF (que bloqueiam o crescimento de vasos anormais) tem revolucionado o tratamento, permitindo que muitos pacientes mantenham uma boa visão por longos períodos. 

Já na forma seca, o foco está em mudanças no estilo de vida, suplementação com antioxidantes específicos e acompanhamento oftalmológico contínuo.

Ter um parente com DMRI aumenta o risco, mas não é uma sentença inevitável.

A genética pode predispor, mas os fatores ambientais e os hábitos de vida são determinantes para o aparecimento e a evolução da doença.

Adotar uma rotina saudável, proteger os olhos, não fumar e realizar exames oftalmológicos regulares são atitudes simples que podem fazer toda a diferença na preservação da visão ao longo dos anos.

Lembre-se: a DMRI pode ser controlada, especialmente quando diagnosticada precocemente.

Se há casos na sua família, procure um oftalmologista de confiança, faça o acompanhamento preventivo e cuide, hoje, daquilo que é essencial ver: o amanhã.

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