A retina é uma das estruturas mais importantes e delicadas dos olhos. Localizada no fundo do globo ocular, ela é responsável por captar a luz e transformá-la em impulsos elétricos que são enviados ao cérebro, permitindo a formação das imagens que enxergamos.
Por ser tão sensível, a retina pode ser afetada por diversas doenças, como retinopatia diabética, degeneração macular, descolamento de retina e oclusões vasculares que, se não forem detectadas e tratadas a tempo, podem causar perda visual irreversível.
Felizmente, os avanços da oftalmologia trouxeram exames sofisticados e não invasivos capazes de identificar alterações precoces na retina, muitas vezes antes mesmo de o paciente apresentar sintomas.
Neste artigo, você vai conhecer os principais exames usados no diagnóstico das doenças da retina, entender como funcionam, quando são indicados e por que o acompanhamento regular com o oftalmologista é fundamental para preservar a visão.
Por que os exames da retina são tão importantes?
As doenças retinianas, em grande parte, não provocam dor nem alterações visuais evidentes nas fases iniciais. Quando o paciente percebe a perda de visão, muitas vezes o dano já é significativo.
Por isso, a avaliação preventiva é essencial — especialmente para quem faz parte dos grupos de risco, como diabéticos, hipertensos, idosos, pessoas com histórico familiar de doenças oculares ou que sofreram traumas oculares.
Por meio de exames específicos, o oftalmologista consegue avaliar o estado da retina, dos vasos sanguíneos, da mácula (região central da retina) e do nervo óptico, identificando precocemente sinais de degeneração, inflamação, isquemia ou descolamento.
Principais exames para diagnóstico de doenças da retina
1. Mapeamento de retina (fundoscopia)
O mapeamento de retina é um dos exames mais conhecidos e fundamentais na avaliação do fundo de olho.
Como é feito:
Após a dilatação da pupila com colírios específicos, o oftalmologista utiliza um aparelho chamado oftalmoscópio binocular indireto para observar diretamente a retina, a mácula, o nervo óptico e os vasos sanguíneos.
O que detecta:
- Retinopatia diabética;
- Descolamento de retina;
- Degeneração macular;
- Oclusões vasculares;
- Hemorragias ou inflamações intraoculares.
É um exame simples, rápido e indolor, que pode ser realizado em qualquer consulta oftalmológica de rotina.
2. Tomografia de Coerência Óptica (OCT)
A OCT (Optical Coherence Tomography) é uma das maiores inovações da oftalmologia moderna.
Como funciona:
O exame utiliza feixes de luz de alta resolução para gerar imagens em cortes transversais da retina, semelhantes a um “ultrassom óptico”. Ele permite visualizar as camadas internas da retina em detalhes microscópicos, sem a necessidade de contato direto com o olho.
O que detecta:
- Degeneração macular relacionada à idade (DMRI);
- Edema macular;
- Membranas epirretinianas;
- Buracos maculares;
- Alterações precoces no nervo óptico (glaucoma).
A OCT é rápida, segura e indolor, sendo indispensável para o acompanhamento de doenças crônicas da retina e para avaliar a resposta a tratamentos, como injeções intraoculares.
3. Angiografia com fluoresceína
A angiografia fluoresceínica é um exame que avalia a circulação dos vasos sanguíneos da retina e da coroide, a camada que fica logo abaixo dela.
Como é realizada:
É injetado um corante fluorescente (fluoresceína sódica) em uma veia do braço. Esse corante percorre a corrente sanguínea até os vasos oculares, e uma câmera especial registra uma sequência de imagens, revelando eventuais alterações vasculares.
O que detecta:
- Retinopatia diabética;
- Oclusões arteriais ou venosas da retina;
- Neovascularizações (vasos anormais);
- Edemas e vazamentos de líquido;
- Doenças inflamatórias ou infecciosas da retina.
Apesar de seguro, o exame deve ser feito com orientação médica, pois o corante pode causar leve náusea em alguns pacientes e, raramente, reações alérgicas.
4. Angiografia com verde de indocianina (ICG)
Semelhante à angiografia fluoresceínica, a angiografia com verde de indocianina utiliza um corante diferente, que permite visualizar com mais clareza os vasos da coroide — camada profunda da retina.
Indicações:
É especialmente útil para investigar doenças que afetam a circulação mais profunda do olho, como:
- Coriorretinopatias serosas centrais;
- Formas ocultas da DMRI úmida;
- Tumores de coroide;
- Doenças inflamatórias da retina.
O exame pode ser realizado isoladamente ou em conjunto com a angiografia fluoresceínica, proporcionando uma avaliação mais completa.
5. Retinografia colorida
A retinografia é um exame fotográfico que registra imagens de alta resolução da retina.
Como é feita:
Com uma câmera especial acoplada a um retinógrafo, o médico obtém fotos detalhadas do fundo do olho, permitindo o acompanhamento de alterações ao longo do tempo.
Principais aplicações:
- Monitoramento da retinopatia diabética;
- Avaliação da DMRI;
- Documentação de lesões pigmentares ou hemorrágicas;
- Comparação de evolução em tratamentos oculares.
É um exame simples, rápido e indolor, frequentemente usado em programas de rastreamento de doenças oculares.
6. Ultrassonografia ocular (modo B)
Quando o fundo de olho não pode ser visualizado — por exemplo, em casos de catarata densa, hemorragia vítrea ou opacidades corneanas —, a ultrassonografia ocular é a alternativa ideal.
Como funciona:
Utiliza ondas de ultrassom para gerar imagens do interior do globo ocular e das estruturas ao redor da retina.
O que detecta:
- Descolamento de retina ou de coroide;
- Tumores intraoculares;
- Hemorragias vítreas;
- Corpos estranhos intraoculares.
O exame é rápido e indolor, realizado com uma pequena sonda sobre o olho anestesiado.
7. Eletrorretinograma (ERG)
O eletrorretinograma mede a atividade elétrica das células da retina em resposta a estímulos luminosos.
Para que serve:
É um exame funcional, avalia como a retina “trabalha”, em vez de apenas mostrar sua estrutura.
Indicações:
- Doenças hereditárias da retina (como retinose pigmentar);
- Alterações tóxicas (por uso de medicamentos, por exemplo);
- Avaliação de casos de visão reduzida sem causa aparente.
Apesar de mais técnico e utilizado em centros especializados, o ERG é fundamental para diagnósticos complexos.
Quem deve fazer exames da retina?
Embora todos devam realizar avaliações oftalmológicas periódicas, alguns grupos merecem atenção especial:
- Diabéticos e hipertensos, por risco aumentado de lesões vasculares;
- Idosos, devido à maior incidência de DMRI e oclusões;
- Pessoas com histórico familiar de doenças oculares;
- Pacientes com alta miopia (acima de 6 graus), mais suscetíveis ao descolamento de retina;
- Usuários de certos medicamentos, como antimaláricos ou corticoides;
- Pessoas que sofreram traumas oculares.
A frequência dos exames deve ser determinada pelo oftalmologista, de acordo com o histórico de cada paciente.
Os exames da retina são ferramentas poderosas para prevenir, diagnosticar e acompanhar doenças oculares graves. Graças às tecnologias modernas, é possível identificar alterações mínimas nas estruturas oculares antes mesmo que causem perda de visão.
O segredo está na prevenção e no acompanhamento regular. Consultar o oftalmologista periodicamente, especialmente após os 40 anos ou em casos de fatores de risco, é a melhor forma de garantir olhos saudáveis e preservar a visão ao longo da vida.
Lembre-se: a retina não se regenera e o tempo é um fator decisivo para salvar a visão. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, maiores são as chances de tratamento eficaz e de manter uma vida com qualidade visual plena.
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