A retinopatia diabética é uma das complicações mais comuns e graves do diabetes, uma condição que afeta os pequenos vasos sanguíneos da retina — a parte do olho responsável por captar a luz e enviar sinais ao cérebro para formar imagens. No Brasil e no mundo, esta condição é uma das principais causas de cegueira evitável.
A boa notícia é que, com cuidados apropriados, é possível prevenir seu desenvolvimento e controlar a progressão da doença. A combinação de exames regulares e o controle rigoroso da glicemia são estratégias essenciais para reduzir os riscos e proteger a saúde ocular dos pacientes com diabetes.
O que é a Retinopatia Diabética?
A retinopatia diabética ocorre quando os níveis elevados de glicose no sangue danificam os pequenos vasos sanguíneos da retina. Em estágios iniciais, essa condição pode ser assintomática, mas, conforme progride, pode causar sintomas como visão borrada, perda de visão periférica e até cegueira. Existem diferentes estágios de retinopatia diabética:
- Retinopatia Diabética Não Proliferativa (RDNP): estágio inicial, no qual os vasos da retina apresentam microaneurismas e pequenas hemorragias;
- Retinopatia Diabética Proliferativa (RDP): estágio mais avançado, em que novos vasos sanguíneos frágeis se formam, causando sangramentos e aumentando o risco de descolamento de retina;
- Edema Macular Diabético (EMD): acúmulo de fluído na mácula, área responsável pela visão central detalhada, levando à visão borrada.
Prevenção da Retinopatia Diabética: exames regulares.
Para prevenir a retinopatia diabética, o monitoramento ocular é uma das práticas mais eficazes. Mesmo em pacientes que não apresentam sintomas visuais, exames oftalmológicos regulares podem detectar sinais precoces de retinopatia diabética e permitir intervenções que retardem ou evitem sua progressão.
A importância dos exames de fundo de olho
O exame de fundo de olho é o principal método para detectar alterações nos vasos da retina em pacientes com diabetes. Ele é feito com um colírio que dilata a pupila, permitindo que o oftalmologista examine com clareza os vasos retinianos, a mácula e outras estruturas do fundo ocular. O exame deve ser realizado, em geral:
- Uma vez por ano, para diabéticos tipo 1 (iniciando cinco anos após o diagnóstico) e diabéticos tipo 2 (logo após o diagnóstico, pois muitos já possuem a doença sem saber);
- A cada seis meses, para pacientes que já apresentam sinais de retinopatia diabética ou que possuem outros fatores de risco.
Outros exames auxiliares
Além do exame de fundo de olho, outros exames podem ser recomendados para uma análise mais detalhada da retina:
- Angiografia fluoresceínica: utiliza um corante para visualizar o fluxo sanguíneo nos vasos da retina;
- Tomografia de Coerência Óptica (OCT): gera imagens detalhadas das camadas da retina, ajudando a detectar edema macular e avaliar a extensão da retinopatia.
Controle Glicêmico: a chave para a prevenção.
O controle adequado dos níveis de glicose no sangue é o principal fator de proteção contra a retinopatia diabética. Estudos mostram que manter a glicemia dentro de uma faixa saudável reduz significativamente o risco de complicações oculares. O controle glicêmico envolve algumas práticas fundamentais:
Monitoramento regular da glicose no sangue
Pacientes diabéticos devem monitorar a glicose frequentemente, seja com exames caseiros ou laboratoriais, para ajustar a dieta e a medicação conforme necessário. Um bom parâmetro de controle glicêmico é manter a hemoglobina glicada (HbA1c) em torno de 7% ou abaixo, conforme orientação médica.
Alimentação equilibrada
A alimentação desempenha um papel importante no controle glicêmico. Dietas ricas em fibras, como vegetais, legumes e grãos integrais, ajudam a manter os níveis de glicose estáveis. É importante limitar o consumo de açúcares e carboidratos refinados e manter uma rotina alimentar organizada, com horários regulares para as refeições.
Atividade física regular
Exercícios físicos ajudam a reduzir a glicose no sangue e a melhorar a sensibilidade à insulina, além de contribuir para a saúde cardiovascular. Atividades como caminhadas, natação e ciclismo são benéficas, mas devem ser feitas sob orientação médica, considerando o tipo de diabetes e as condições individuais.
Acompanhamento médico regular
Um bom acompanhamento médico inclui visitas regulares ao endocrinologista e ao oftalmologista. Além dos exames de glicose e de fundo de olho, o médico pode avaliar a pressão arterial, os níveis de colesterol e outros fatores que influenciam a saúde ocular e geral do paciente diabético.
A retinopatia diabética é uma condição séria, mas prevenível com cuidados consistentes e acompanhamento médico regular. A manutenção de exames oftalmológicos anuais, o controle glicêmico e a adoção de hábitos saudáveis são medidas que fazem toda a diferença na prevenção dessa complicação e na preservação da visão.
Estar atento aos sinais e buscar orientação médica ao menor sintoma de alteração visual pode evitar danos irreversíveis e preservar a qualidade de vida.
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