O papel da retina na visão e o que acontece quando ela adoece

A visão é um dos sentidos mais complexos e fascinantes do corpo humano. Cada detalhe do processo visual depende da integração precisa entre os olhos, o nervo óptico e o cérebro. Entre todas as estruturas oculares, a retina ocupa um papel central. Ela é responsável por captar a luz, converter esses estímulos em sinais elétricos e enviá-los ao cérebro para formar as imagens que vemos todos os dias.

No entanto, por ser tão delicada e essencial, a retina também é vulnerável a diversas doenças que podem prejudicar, e até mesmo destruir, a capacidade visual. Algumas dessas patologias se desenvolvem silenciosamente, sem sintomas iniciais, e quando o paciente percebe alterações na visão, os danos já podem ser irreversíveis.

Neste artigo, vamos explicar qual é a função da retina, como ela trabalha para garantir uma boa visão e o que acontece quando ela adoece, abordando as principais doenças que afetam essa estrutura tão importante.

O que é a retina e qual é sua função na visão

A retina é uma fina camada de tecido nervoso que reveste a parte interna posterior do olho. Apesar de ter apenas cerca de 0,5 milímetro de espessura, ela contém milhões de células sensoriais especializadas que captam a luz e a transformam em impulsos elétricos. Estes seguem pelo nervo óptico até o cérebro, onde são interpretados como imagens.

Podemos comparar o funcionamento da retina ao filme de uma câmera fotográfica: assim como ele registra a imagem projetada pela lente da câmera, a retina registra a luz que entra no olho por meio da córnea, pupila e cristalino.

Como ela processa a visão

A retina é composta por várias camadas de células, mas duas delas são especialmente importantes para a visão:

  • Cones: responsáveis pela visão em cores e pela percepção dos detalhes finos. Estão concentrados na mácula, especialmente na fóvea, região central da retina onde a visão é mais nítida.
  • Bastonetes: mais sensíveis à luz, permitem a visão em ambientes com pouca luminosidade, embora não detectem cores.

Quando a luz atravessa o olho e atinge a retina, esses fotorreceptores convertem a energia luminosa em sinais elétricos. Estes são processados e transmitidos por meio do nervo óptico para o córtex visual no cérebro, onde são decodificados e transformados nas imagens que percebemos.

Por que a saúde da retina é tão importante

Qualquer dano à retina pode interromper esse processo e afetar a visão de forma significativa. Diferente de outras partes do corpo, as células nervosas da retina têm capacidade limitada de regeneração. Por isso, muitas doenças retinianas, se não forem diagnosticadas e tratadas precocemente, podem levar à perda visual irreversível.

Além disso, a retina é uma das poucas áreas do organismo onde os médicos podem observar diretamente os vasos sanguíneos e o tecido nervoso sem a necessidade de procedimentos invasivos. Por isso, alterações na retina muitas vezes refletem doenças sistêmicas, como diabetes, hipertensão e até doenças autoimunes.

O que acontece quando a retina adoece

Quando é afetada por uma doença, o paciente pode apresentar sintomas como:

  • Visão embaçada ou distorcida;
  • Perda de campo visual (visão lateral reduzida);
  • Manchas escuras ou pontos flutuantes (moscas volantes);
  • Dificuldade para enxergar à noite;
  • Alterações na percepção de cores;
  • Sombra ou “cortina” no campo de visão.

A intensidade e a velocidade com que esses sintomas aparecem dependem da doença específica e de seu estágio de evolução.

A seguir, apresentamos algumas das principais condições que podem afetar a retina.

Principais doenças da retina

1. Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI)

A DMRI é uma das principais causas de perda visual em pessoas acima dos 60 anos. Ela afeta a mácula, região central da retina responsável pela visão detalhada, essencial para ler, dirigir e reconhecer rostos.

Existem duas formas da doença:

  • Seca: mais comum e de evolução lenta, causa atrofia gradual da mácula.
  • Exsudativa (úmida): mais agressiva, caracteriza-se pelo crescimento anormal de vasos sanguíneos sob a retina, que podem vazar fluido ou sangue.

O tratamento pode incluir injeções intraoculares de medicamentos anti-VEGF e, em alguns casos, terapia a laser.

2. Retinopatia Diabética

Complicação comum do diabetes, ocorre quando os altos níveis de glicose danificam os vasos sanguíneos da retina. No início, pode ser assintomática, mas com o tempo pode causar hemorragias, inchaço macular e até descolamento de retina.

O controle rigoroso da glicemia e exames oftalmológicos regulares são fundamentais para prevenir a progressão da doença. Em estágios avançados, pode ser necessário tratamento com laser, injeções intraoculares ou cirurgia (vitrectomia).

3. Descolamento de Retina

Ocorre quando a retina se separa de sua base de suporte, interrompendo o suprimento de oxigênio e nutrientes. É uma emergência oftalmológica: sem tratamento rápido, pode levar à perda total da visão.

Os sintomas incluem flashes de luz, aumento súbito de moscas volantes e uma sombra escura no campo visual. O tratamento é sempre cirúrgico, com técnicas como vitrectomia, retinopexia pneumática ou introflexão escleral.

4. Oclusões Vasculares da Retina

São comparáveis a um “derrame ocular”, resultantes da obstrução de uma veia ou artéria da retina. Podem causar perda visual súbita e requerem tratamento urgente para minimizar os danos.

5. Buraco Macular e Membrana Epirretiniana

Afetam a mácula e comprometem a visão central, causando distorção das imagens e dificuldade para enxergar detalhes. Na maioria dos casos, o tratamento é cirúrgico.

Prevenção e diagnóstico precoce

Muitas doenças da retina podem ser controladas — e, em alguns casos, até tratadas com sucesso — se diagnosticadas precocemente. Para isso, é essencial realizar consultas regulares com um oftalmologista, especialmente em situações de risco, como:

  • Idade acima de 50 anos;
  • Presença de diabetes ou hipertensão;
  • Histórico familiar de doenças oculares;
  • Queixas visuais recentes, como visão embaçada ou distorcida.

Exames como o mapeamento de retina, tomografia de coerência óptica (OCT) e fluoresceinografia ajudam no diagnóstico e no acompanhamento das doenças retinianas.

A retina é peça-chave no complexo processo da visão. Sem ela, o olho não consegue transformar a luz em informações compreensíveis para o cérebro. Quando a retina adoece, os impactos na qualidade de vida podem ser devastadores, levando à perda parcial ou total da visão se não houver diagnóstico e tratamento adequados.

Por isso, manter hábitos saudáveis, controlar doenças sistêmicas como diabetes e hipertensão e realizar exames oftalmológicos regulares são passos fundamentais para preservar a saúde ocular.

Afinal, quando se trata de visão, a prevenção e o cuidado precoce fazem toda a diferença para manter a retina e os olhos funcionando bem por toda a vida.

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