A toxoplasmose é uma infecção causada pelo Toxoplasma gondii, um parasita que pode afetar diversas partes do corpo, incluindo os olhos. Essa doença pode se manifestar de diferentes formas, sendo classificada como toxoplasmose adquirida (quando ocorre ao longo da vida) ou congênita (quando o feto é infectado durante a gestação).
Neste artigo, vamos explicar as diferenças entre essas duas formas da doença, seus sintomas, formas de transmissão, métodos de diagnóstico e opções de tratamento.
Diferença entre toxoplasmose congênita e adquirida
A principal diferença entre a toxoplasmose congênita e a adquirida está no momento da infecção e na forma como o organismo reage à doença.
Toxoplasmose Adquirida
- Ocorre quando uma pessoa saudável entra em contato com o parasita ao longo da vida.
- Geralmente, é assintomática ou apresenta sintomas leves, semelhantes a uma gripe.
- Pode afetar os olhos, resultando na toxoplasmose ocular, que pode levar a complicações visuais.
- O risco de complicações é maior em indivíduos imunossuprimidos (pessoas com HIV/AIDS, transplantados ou em tratamento com imunossupressores).
Toxoplasmose Congênita
- Ocorre quando a gestante adquire a infecção durante a gravidez e transmite o parasita para o bebê por meio da placenta.
- Pode causar malformações graves, dependendo do estágio da gestação em que a infecção ocorre.
- Afeta principalmente o cérebro e os olhos do bebê, podendo levar à cegueira, a convulsões e ao atraso no desenvolvimento neurológico.
Causas e formas de transmissão
O parasita Toxoplasma gondii pode ser encontrado em diferentes ambientes e sua transmissão ocorre principalmente por meio de:
- Ingestão de alimentos contaminados – carne crua ou mal cozida (especialmente carne de porco, cordeiro e boi) pode conter cistos do parasita;
- Contato com fezes de gatos infectados – o Toxoplasma gondii se multiplica no intestino dos felinos, que eliminam os ovos do parasita nas fezes. A contaminação pode ocorrer ao limpar a caixa de areia do gato ou por contato com solo contaminado;
- Consumo de água ou vegetais contaminados – alimentos mal lavados e água não tratada podem conter o parasita;
- Transmissão transplacentária – quando uma gestante é infectada pela primeira vez durante a gravidez, há risco de transmissão para o feto.
Sintomas da Toxoplasmose
Os sintomas variam conforme o tipo da infecção e a resposta imunológica da pessoa.
Toxoplasmose Adquirida
A maioria das pessoas saudáveis não apresenta sintomas, mas quando ocorrem, podem incluir:
- Febre baixa;
- Fadiga e fraqueza;
- Gânglios linfáticos aumentados (pescoço e axilas);
- Dores musculares;
- Inflamação nos olhos (toxoplasmose ocular), que pode causar visão embaçada, sensibilidade à luz e dor.
Em pessoas com imunidade comprometida, a infecção pode se espalhar pelo corpo, afetando órgãos como o cérebro e os pulmões.
Toxoplasmose Congênita
Os sintomas variam de acordo com a gravidade da infecção e podem ser percebidos logo após o nascimento ou anos depois. Os principais são:
- Hidrocefalia (acúmulo de líquido no cérebro);
- Microcefalia (tamanho reduzido do crânio);
- Convulsões;
- Retardo no desenvolvimento motor e cognitivo;
- Problemas auditivos;
- Corioretinite (inflamação na retina), que pode levar à cegueira.
A gravidade dos sintomas depende do trimestre em que ocorreu a infecção. Se a mãe for infectada no primeiro trimestre, o risco de complicações graves é maior.
Diagnóstico da Toxoplasmose
O diagnóstico da toxoplasmose é feito por meio de exames laboratoriais, como:
- Sorologia – identifica a presença de anticorpos contra o Toxoplasma gondii (IgM e IgG). O IgM positivo indica infecção recente, enquanto o IgG positivo indica infecção anterior;
- PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) – detecta o DNA do parasita, sendo útil para diagnosticar a infecção no líquido amniótico durante a gestação;
- Exames de imagem – ultrassonografia e ressonância magnética podem ser utilizadas para avaliar possíveis lesões cerebrais no feto;
- Exame oftalmológico – quando há suspeita de toxoplasmose ocular, o oftalmologista pode examinar a retina para identificar inflamações características.
Tratamento da Toxoplasmose
O tratamento varia conforme a forma da infecção e a gravidade dos sintomas.
Toxoplasmose Adquirida
Em casos leves e assintomáticos, geralmente não há necessidade de tratamento.
Quando há sintomas persistentes ou comprometimento ocular, o tratamento pode incluir:
- Sulfadiazina + Pirimetamina (associados ao ácido folínico para reduzir os efeitos colaterais);
- Corticosteroides, em casos de inflamação severa nos olhos.
Pacientes imunossuprimidos podem precisar de tratamento prolongado para evitar complicações graves.
Toxoplasmose Congênita
O tratamento é fundamental para reduzir os danos ao bebê e pode durar até um ano. Inclui:
- Sulfadiazina + Pirimetamina, que ajudam a controlar a infecção;
- Espiropentina, usada em alguns casos para evitar a progressão da doença;
- Terapias complementares, como acompanhamento neurológico e oftalmológico.
Se a gestante for diagnosticada com toxoplasmose durante a gravidez, o médico pode prescrever Espiramicina para reduzir o risco de transmissão para o bebê.
Prevenção da Toxoplasmose
A melhor forma de evitar a toxoplasmose é adotar hábitos preventivos no dia a dia. Algumas medidas incluem:
- Evitar o consumo de carnes cruas ou mal cozidas – sempre cozinhar bem os alimentos antes de consumi-los;
- Higienizar frutas, legumes e verduras – lavar bem os alimentos antes do consumo;
- Beber água tratada – evitar o consumo de água de fontes duvidosas;
- Usar luvas ao manusear terra ou caixas de areia – jardineiros e donos de gatos devem se proteger contra o contato com solo contaminado;
- Gestantes devem evitar contato com fezes de gatos – se necessário, outra pessoa deve limpar a caixa de areia do animal;
- Realizar exames pré-natais – mulheres grávidas devem fazer testes de toxoplasmose para detectar a infecção precocemente.
A toxoplasmose é uma infecção que pode ser silenciosa, mas que apresenta riscos sérios, especialmente na sua forma congênita. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para evitar complicações e preservar a saúde ocular e geral do paciente.
Manter bons hábitos de higiene e prevenção, além de realizar exames periódicos, são as melhores formas de se proteger contra essa infecção. Se houver suspeita da doença, é essencial procurar um médico para um diagnóstico preciso e um tratamento eficaz.
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